Pensamento Computacional (PC)
Contextualização
Segundo Raabe et al. (2020), nos últimos anos a computação passou a estar inserida em praticamente todas as áreas do conhecimento.
[...] a Computação constitui uma área de conhecimento que permeia todas as atividades humanas, de forma que não se pode imaginar uma sociedade sem computadores e suas tecnologias. Não se pode imaginar o cidadão ignorante em Computação, enquanto ciência, já que, em qualquer atividade profissional, haverá pelo menos o uso de tecnologias da informação atrelada a um raciocínio computacional (algorítmico) (FRANÇA et al., 2014, p.1505).
Dentro desse contexto, o termo Pensamento Computacional (PC) é relativamente novo. Foi citado em pesquisas desenvolvidas por Wing a partir dos anos 2000 e foi ganhando espaço no decorrer dos anos. Mesmo antes de Wing surgir com o termo e dar destaque a Computação na educação, Seymour Papert já defendia o trabalho envolvendo computação e programação na escola desde a década de 70. O autor afirmava que “[…] na escola, ensina-se às crianças mais sobre números e gramática do que sobre pensar” (PAPERT, 1994, p.79)
A primeira abordagem acerca do PC ou Letramento Digital, como era chamado na época, através de Papert, que juntamente com seu time, desenvolveu em 1967 a linguagem de programação logo, a qual era uma linguagem onde os estudantes podiam controlar um robô, através de instruções.
Segundo Papert (1972b) a educação poderia se beneficiar do uso do computador não só para ensinar matemática, mas qualquer tema. Ao utilizar programação, muitos conceitos poderiam ser transformados e concretizados.
Conceitos
Mesmo após anos do surgimento do termo e diversos estudos o termo Pensamento Computacional ainda não possui uma única definição.
Wing (2006)
Para Wing (2006), o PC envolve desde a estruturação do raciocínio, até o comportamento humano para a ação de resolução de problema, podendo ser observado nos processos de leitura, escrita e matemática como parte integrante da habilidade analítica das crianças desde a idade infantil.
Brackmann (2017) define o Pensamento Computacional como:
Uma distinta capacidade criativa, crítica e estratégica humana de saber utilizar os fundamentos da Computação, nas mais diversas áreas do conhecimento, com a finalidade de identificar e resolver problemas, de maneira individual ou colaborativa, através de passos claros, de tal forma que uma pessoa ou uma máquina possam executá-los eficazmente
Moretti (2019)
Segundo Moretti (2019) as capacidades essenciais mobilizadas ao utilizar os conceitos de pensamento computacional estão relacionadas com diversas outras habilidades de pensamento e de resolução de problemas que podem amparar inúmeras áreas. Pensar computacionalmente nos permite acessar uma parte do fazer computacional, sendo possível transpô-lo para uma variedade de sistemas, objetos, conjunto de dados e processos. Ele fornece uma série de estruturas mentais ligadas à Computação, mas que extrapolam esse campo.
Neste sentido, PC surge como uma metodologia que pode ser utilizada para auxiliar no aprendizado de crianças, sendo considerada como uma ferramenta fundamental para a educação atual e tida como base fundamental para os profissionais do século XXI. Aprender e interagir através do PC não é apenas saber utilizar as tecnologias de forma efetiva ou pensar como o computador, mas, sim, perceber e assimilar como nós pensamos quando nos deparamos com um problema. Pensar computacionalmente é estar em uma transformação continua, ou seja, sempre reorganizando o pensamento na tentativa de compreender a forma como entendemos nossas ideias e solucionamos nossos problemas em um determinado contexto.
Wing (2006)
Para Wing (2006), o PC envolve desde a estruturação do raciocínio, até o comportamento humano para a ação de resolução de problema, podendo ser observado nos processos de leitura, escrita e matemática como parte integrante da habilidade analítica das crianças desde a idade infantil.
Brackmann (2017) define o Pensamento Computacional como:
Uma distinta capacidade criativa, crítica e estratégica humana de saber utilizar os fundamentos da Computação, nas mais diversas áreas do conhecimento, com a finalidade de identificar e resolver problemas, de maneira individual ou colaborativa, através de passos claros, de tal forma que uma pessoa ou uma máquina possam executá-los eficazmente
Moretti (2019)
Segundo Moretti (2019) as capacidades essenciais mobilizadas ao utilizar os conceitos de pensamento computacional estão relacionadas com diversas outras habilidades de pensamento e de resolução de problemas que podem amparar inúmeras áreas. Pensar computacionalmente nos permite acessar uma parte do fazer computacional, sendo possível transpô-lo para uma variedade de sistemas, objetos, conjunto de dados e processos. Ele fornece uma série de estruturas mentais ligadas à Computação, mas que extrapolam esse campo.
Neste sentido, PC surge como uma metodologia que pode ser utilizada para auxiliar no aprendizado de crianças, sendo considerada como uma ferramenta fundamental para a educação atual e tida como base fundamental para os profissionais do século XXI. Aprender e interagir através do PC não é apenas saber utilizar as tecnologias de forma efetiva ou pensar como o computador, mas, sim, perceber e assimilar como nós pensamos quando nos deparamos com um problema. Pensar computacionalmente é estar em uma transformação continua, ou seja, sempre reorganizando o pensamento na tentativa de compreender a forma como entendemos nossas ideias e solucionamos nossos problemas em um determinado contexto.
Pensar computacionalmente baseia-se nos conceitos que são fundamentais para a Ciência da Computação, e inclui o processamento sistemático e eficiente de informações e tarefas. Envolve definição, compreensão e resolução de problemas, raciocínio em múltiplos níveis de abstração, compreensão e aplicação de automação e análise da adequação das abstrações feitas. Compartilha elementos com vários outros tipos de pensamento, como pensamento algorítmico, pensamento de engenharia, pensamento de design e pensamento matemático. Como tal, o PC baseia-se em um rico legado de estruturas relacionadas à medida que amplia as habilidades de pensamento anteriores (LEE et al., 2011, p.32).
Referências
BRACKMANN, Christian Puhlmann. Desenvolvimento do Pensamento Computacional através de atividades desplugadas na educação básica. Tese (Doutorado) -- Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Centro de Estudos Interdisciplinares em
Novas Tecnologias na Educação, Programa de Pós Graduação em Informática na Educação, Porto Alegre, BRRS, 2017.
FRANÇA, Rozelma Soares de et al. A disseminação do pensamento computacional na educação básica: lições aprendidas com experiências de licenciandos em computação. XXXIV Congresso da Sociedade Brasileira de Computação – CSBC. XXII Workshop sobre Educação em Computação – WEI. 2014.
LEE, Irene et al. Computational thinking for youth in practice. ACM Inroads. 2011. Disponível em: < https://users.soe.ucsc.edu/~linda/pubs/ACMInroads.pdf>. Acesso em: dezembro de 2020.
MORETTI, Vinícius Fernandes O pensamento computacional no ensino básico: potencialidades de desenvolvimento com o uso do Scratch. Trabalho de conclusão de curso (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Matemática e Estatística, Licenciatura em Matemática, Porto Alegre, RS, 105 p, 2019.
PAPERT, S. Teaching children thinking. Programmed Learning and Educational Technology, v.9, n. 5, p. 245-255, 1972b.
PAPERT, Seymour. A Máquina das crianças: Repensando a escola na era da informática. Tradutor: Sandra Costa. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
RAABE, André; ZORZO, Avelino; BLIKSTEIN, P. (org). Computação na Educação Básica: fundamentos e experiências. 2020.
WING, J. M. Computational Thinking. Communications of the ACM, 49(3): 33-35, 2006.
Novas Tecnologias na Educação, Programa de Pós Graduação em Informática na Educação, Porto Alegre, BRRS, 2017.
FRANÇA, Rozelma Soares de et al. A disseminação do pensamento computacional na educação básica: lições aprendidas com experiências de licenciandos em computação. XXXIV Congresso da Sociedade Brasileira de Computação – CSBC. XXII Workshop sobre Educação em Computação – WEI. 2014.
LEE, Irene et al. Computational thinking for youth in practice. ACM Inroads. 2011. Disponível em: < https://users.soe.ucsc.edu/~linda/pubs/ACMInroads.pdf>. Acesso em: dezembro de 2020.
MORETTI, Vinícius Fernandes O pensamento computacional no ensino básico: potencialidades de desenvolvimento com o uso do Scratch. Trabalho de conclusão de curso (Graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Matemática e Estatística, Licenciatura em Matemática, Porto Alegre, RS, 105 p, 2019.
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PAPERT, Seymour. A Máquina das crianças: Repensando a escola na era da informática. Tradutor: Sandra Costa. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
RAABE, André; ZORZO, Avelino; BLIKSTEIN, P. (org). Computação na Educação Básica: fundamentos e experiências. 2020.
WING, J. M. Computational Thinking. Communications of the ACM, 49(3): 33-35, 2006.
Materiais Complementares
- O que é Pensamento Computacional (vídeo)
- A disseminação do pensamento computacional na educação básica: lições aprendidas com experiências de licenciandos em computação (artigo)
- Pensamento Computacional - Introdução (podcast)
- Objetivos do Pensamento Computacional (vídeo)
- Pensamento Computacional em Sala de Aula: Desafios, Possibilidades e a Formação Docente (artigo)
- O que é Pensamento Computacional (almanaque)
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Mestranda: Bruna Thais Silva Queiroz - [email protected]
Orientadora: Profa. Dra. Fabrícia Damando Santos - [email protected]
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